A gigante chinesa Meituan, conhecida por seu superapp de serviços, anunciou que entrará no mercado brasileiro de delivery ainda em 2025, por meio da marca Keeta. A notícia movimentou o setor de alimentação fora do lar e foi bem recebida por entidades como a Abrasel, que avalia positivamente o aumento da concorrência.
Para o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, a chegada da Meituan representa um novo ciclo para o delivery, após anos de domínio quase absoluto do iFood. Ele relembra que, em 2020, a Rappi chegou a pedir uma investigação no Cade contra o modelo de exclusividade adotado pela líder do setor, o que dificultava a competição. Desde então, empresas como Uber Eats e 99Food encerraram suas operações no país — o que reforça o peso da novidade.
“A Meituan faz 77 milhões de entregas por dia e o iFood pouco mais de 100 milhões por mês. É uma empresa muito grande que deve acirrar a concorrência”, afirmou Solmucci ao UOL. Para ele, o novo momento traz benefícios para todas as pontas do ecossistema: consumidores, restaurantes e entregadores.
Além da Abrasel, entregadores e analistas de mercado também veem com otimismo o possível impacto da nova concorrente. O modelo da Meituan, que já atua em mercados como Hong Kong e Arábia Saudita, promete taxas menores para os restaurantes e preços acessíveis para os usuários. Isso pode ajudar a reequilibrar um setor pressionado por altos custos, margens apertadas e queda no volume de pedidos.
Segundo informações divulgadas, a operação da Meituan no Brasil pode gerar até 100 mil empregos indiretos, além de uma central de atendimento com até 4 mil vagas diretas no Nordeste. A expectativa é que parte dos investimentos seja direcionada a subsídios e ações promocionais para atrair restaurantes parceiros e consumidores.
Com esse novo cenário, cresce a esperança de uma disputa mais equilibrada no mercado de delivery,o que pode resultar em melhores condições para os empresários de bares e restaurantes em todo o país.
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